Ações e cuidados tradicionais já devem estar em andamento, ou, até mesmo finalizados. O assunto em questão é a revisão do planejamento estratégico que sendo plurianual, com certeza, terá aspectos de alinhamento voltados a eventos e resultados ocorridos e obtidos durante 2023. Sendo ele anual, a base histórica de ocorrências é componente vital para o sucesso da estratégia operacional. Estamos falando também da projeção orçamentária, não somente quanto a sua execução, mas acompanhamento e práticas de ajustes. Essa reavaliação inclui ainda periodicidade da análise de números gerenciais e societários e validação de suas alterações. E ainda contempla a definição de métricas, por departamentos, com políticas claras de “feedback” aos envolvidos.
Essas ações estão relacionadas às práticas de gestão e governança das empresas. Importante considerar que temos outras ocorrências de naturezas externas que refletem consideráveis impactos nessas já mencionadas. Exemplo de situações que devem ser acompanhadas pelas empresas, e que com certeza trarão impactos as suas atividades – a reforma tributária é uma delas. No projeto dessa reforma, podemos considerar que essa primeira fase da mesma, que trata da tributação sobre o consumo, tudo indica, será aprovada em 2023, com regulamentação em 2024, e início gradual de implantação a partir de 2026. Caminhando a proposta como está, teremos o IBS – Imposto sobre Bens e Serviços substituindo o ICMS e o ISS, e teremos a CBS – Contribuição sobre Bens e Serviços substituindo o PIS, a Cofins e o IPI. Os detalhes da funcionalidade e operacionalização dessas alterações, provavelmente virão no primeiro semestre de 2024. Será que não é ideal que no planejamento estratégico tenhamos referência a um grupo de trabalho, ou, um time dedicado a acompanhar essas alterações da reforma tributária, e que seja ele, um multiplicador das informações para toda a empresa?
É sabido e amplamente divulgado que um dos objetivos do Governo Federal para 2024 é zerar o déficit orçamentário, e para isso o fortalecimento da arrecadação é vital. Aí temos proposta de tributar, pelo IRPJ e pela CSLL, as subvenções para investimentos, o que pode impactar operação de empresas que usufruam, por exemplo, de benefícios do ICMS em alguns Estados. Seu plano estratégico operacional e de negócios para 2024 contempla essa possível variável?
Podemos ter mais fatores externos a considerar em nossas projeções operacionais, orçamentárias e de rentabilidade para 2024. A desoneração da folha de pagamento, se a sua empresa atua em um dos 17 setores contemplados e impactados, é ponto de atenção quanto a como assimilar nos números do negócio o possível fim da desoneração e a proposta de amenizar esse fim com aplicação de alíquota menor de 20% sobre a folha de pagamento mas com progressão gradual da mesma. Tem ainda a possibilidade de se antecipar item que é componente da segunda fase da reforma tributária voltada a analisar a taxação de lucros, dividendos, rendimentos, salários, e questões previdenciárias, sendo esse item, especificamente, relacionado ao fim do tratamento tributária atual direcionado aos Juros sobre Capital Próprio. Suas projeções para 2024 contemplam essas variáveis?Obviamente contemplar em números pode ser tarefa árdua e com resultado não consistente por pontos não claros ainda em discussão, mas há pelo menos alerta sobre elas em suas projeções e indicação de possíveis impactos e como administrar o fato quando ele ocorrer?
Assim, confeccione com qualidade e segurança as suas ferramentas de controles internos operacionais e econômicos financeiros, mas com a mesma qualidade e segurança acompanhe essas várias questões que estão sendo discutidas, analisadas, e prestes a serem divulgadas, que com certeza, trarão impactos a grande maioria das empresas e contribuintes.