O modelo de quatro dias de trabalho que já é adotado por empresas no Reino Unido, Estados Unidos e Portugal, começou a ser experimentado por empresas brasileiras há cerca de um mês.
A 4 Day Week Global, que lidera esses projetos em todo o mundo, está acompanhando 21 empresas brasileiras localizadas em São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campinas e Porto Alegre que estão participando do teste, envolvendo 400 funcionários.
Com isso, as empresas passaram a realizar em quatro dias o que antes faziam em cinco, como forma de aumentar a produtividade e qualidade de vida para seus colaboradores.
De acordo com a diretora de comunidade da 4 Day Week Global no Brasil, Gabriela Brasil, a transição para uma semana de trabalho de quatro dias é vista como um desafio que requer uma mentalidade flexível.
A maioria das empresas que adotou esse modelo está alinhada com novas abordagens de trabalho. Elas não se concentram apenas na produtividade, mas também em métricas financeiras, retenção de funcionários, bem-estar e qualidade de vida”, explica.
No entanto, fazer essa mudança de maneira eficaz exige o envolvimento de todos os colaboradores, desde a liderança até os funcionários.
“Comunicação eficaz, revisão de processos existentes e adaptação de tecnologias são etapas essenciais”, ressalta.
A especialista explica que esse novo modelo não beneficia apenas a empresa, mas também clientes e funcionários.
Como aplicar 4 dias de trabalho?
A 4 Day Week Global sugere quatro níveis de adaptação para as equipes alcançarem o objetivo de redução de jornada, que são:
Redesenhar a semana: reorganizar a semana para reduzir de cinco para quatro dias de trabalho, sem aumentar as horas diárias;
Redesenhar a comunicação: ajustar a forma como as equipes se comunicam, otimizando reuniões e adaptando os horários de atendimento;
Redesenhar a tecnologia: fazer uso máximo das tecnologias disponíveis para otimizar o tempo e reduzir retrabalho;
Redesenhar os processos: revisar e aprimorar os modelos de trabalho, com foco nas atividades de maior valor.
Direitos dos trabalhadores
É importante ressaltar que a legislação brasileira não proíbe uma semana de trabalho de quatro dias e não interfere nos direitos dos trabalhadores.
Embora a jornada padrão seja de oito horas diárias e 44 horas semanais, a lei permite flexibilidade, desde que sejam respeitados os limites máximos estabelecidos.
Além disso, é importante ressaltar que a proposta é que os funcionários continuem recebendo 100% de seus salários enquanto trabalham 80% do tempo, mantendo a mesma produtividade.
“O objetivo não é aumentar a carga horária diária, mas sim otimizar o trabalho. Acordos legais são estabelecidos durante o piloto para garantir que não ocorra redução nos salários ou exploração dos trabalhadores”, alerta Gabriela.